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‘Cometa do Século’ poderá ser visto no céu noturno; confira dicas de observação

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O céu vai brilhar mais forte nesta sexta-feira (27) com a passagem do cometa C/2023 A3, que vem sendo chamado de “Cometa do Século”. Nos próximos dias, o fenômeno vai se tornar gradualmente mais visível, sobretudo com uso de equipamentos, e no início de outubro ele já vai poder ser observado a olho nu.

Atualmente, o “Cometa do Século” ainda está muito próximo do Sol, o que o torna difícil de ser observado, especialmente a olho nu. Contudo, nos próximos dias, o corpo celeste vai chegar mais perto da Terra, o que vai tornar sua observação mais fácil.

Conforme o cometa se aproximar, as condições de visualização vão se alterando. Nas primeiras semanas, o cometa vai ser visível pela manhã, antes do sol nascer. Contudo, já no fim de setembro, o cenário se inverte, e o cometa passa a ser melhor observado no início da noite.

A passagem do cometa vai ter algumas importantes janelas de observação:

  • A partir do dia 15 de setembro, o cometa começa a ficar visível antes do nascer do sol, no sentido amanhecer; nesta fase, é recomendado o uso de binóculos ou lunetas para facilitar a visualização;
  • No dia 27 de setembro, o cometa deve atingir um ponto de proximidade do Sol que vai praticamente impedir sua visualização; o cometa deve permanecer assim, escondido pelo Sol, até por volta dos dias 2 e 3 de outubro;
  • A partir dos dias 2 ou 3 de outubro, o cometa vai começar a surgir no horizonte do poente, isto é, vai passar a ser visto no início das noitesele vai ficar progressivamente mais elevado no céu e brilhante, começando a poder ser visto sem uso de equipamentos;
  • A visibilidade, então, deve crescer gradualmente, e o cometa deve atingir o brilho máximo no dia 12 de outubro; o fenômeno poderá ser observado a olho nu

O brilho do ‘Cometa do Século’

Cometas são rochas espaciais geralmente cobertas de gelo. Ele é formado essencialmente por duas partes: a região chamada “coma”, que é a cabeça do cometa, onde está concentrada a sua massa; e a parte conhecida como “cauda”.

Quando os cometas se aproximam de uma estrela como o Sol, eles passam a receber luz e começam a aquecer. É a partir desse processo que se forma a cauda de um cometa.

“Esse material que é gelo vai começar a derreter e vai começar a gerar gás, e como o cometa é muito pequeno, não tem gravidade suficiente, não vai gerar uma atmosfera, esse gás vai ser expelido, vai ser expulso e vai para o espaço. Então, quando ele jogar esse material no espaço, a própria luz do Sol vai iluminar essa poeira que ele vai estar deixando para trás, e isso vai gerar uma cauda”, explica  Lauriston Trindade, integrante da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon).

O brilho de um cometa costuma ser medido em uma escala de magnitude. Atualmente, o C/2023 A3 está com uma magnitude perto de 6 – quanto menor esse número, mais brilhante deve ser o cometa. Em outubro, a expectativa é que o cometa atinja uma magnitude de 3 ou 2 na escala.

O C/2023 A3 foi descoberto em janeiro de 2023 de forma independente, por dois observatórios: o Observatório de Tsuchinshan (ou Purple Mountain) na China e o projeto ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System) no Havaí. Por isso, ele também pode ser chamado de cometa Tsuchinshan-Atlas.

A expectativa é que o aparecimento do traga um brilho tão intenso como o do cometa Hale-Bopp, em 1997, que teve uma magnitude perto de 3. Por isso, se confirmado o nível de brilho o Tsuchinshan-Atlas, ele deve se firmar como um dos mais brilhantes das últimas décadas.

“A gente teve no século passado alguns cometas que se destacaram muito. E o que é se destacar muito? É ser muito brilhante, ser muito visível, ser muito acessível à população. A gente tem vários cometas agora que estão pelo céu, nesse momento a gente tem vários. Mas todos eles, atualmente, só são possíveis ver através de grandes telescópios. Então, quando a gente tem a possibilidade de um cometa ser muito brilhante, quer dizer, ele vai ser muito visível e acessível no planeta inteiro, porque o cometa é um fenômeno que possibilita uma visualização global, então ele recebe essa alcunha, recebe esse subtítulo, esse apelido de ‘cometa do século’”.

Dicas para observar a passagem do cometa

O cometa vai ficar visível a partir do dia 15 de setembro, e deve atingir o auge do seu brilho no dia 12 de outubro. Para acompanhá-lo ao longo deste período, é preciso observar algumas recomendações conforme a posição do cometa no céu:

15 a 26 de setembro

  • É preciso acordar cedo: fenômeno ocorre antes do nascer do sol;
  • Ele será visível na direção do nascente, isto é, a leste;
  • Nesta fase, o uso de instrumentos como binóculos ou lunetas é indicado;

27 de setembro a 3 de outubro

  • Neste período, o cometa vai ficar praticamente impossível de ver por conta de sua posição, próximo ao Sol; o cometa deve permanecer assim, escondido pelo Sol, até por volta dos dias 2 e 3 de outubro;

3 a 12 de outubro

  • No início desta fase, o fenômeno passa ser visível a partir do pôr do sol, no início das noites, na direção do poente;
  • A posição do cometa deve ficar na região do crepúsculo (na linha do sol poente), portanto, áreas com muitos prédios dificultam a visualização do corpo celeste;
  • É recomendado procurar ambientes mais escuros, afastados da poluição luminosa das áreas urbanas
  • Com a passagem dos dias até o 12 de outubro, o cometa deve ficar mais elevado no céu e será cada vez mais fácil observá-lo a olho nu, sem necessidade de equipamentos.

Para o 12 de outubro, em que é previsto o auge do brilho do cometa, a dica de Lauriston Trindade, da Bramon, para quem quer aproveitar o fenômeno com todo seu esplendor, é procurar um espaço de observação longe dos grandes centros urbanos.

“O ideal é você procurar as regiões costeiras do estado, o interior. As regiões do sertão do estado são muito favoráveis porque a gente tá numa época de pouca nebulosidade, não tem tanta nuvem, e no interior do estado o céu é mais escuro. Então, a dica principal é fugir, entre aspas, dos grandes centros, porque tem muita poluição luminosa e atrapalha a visibilidade, mesmo na fase mais brilhante do cometa”, recomenda.

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