O primeiro registro feito em Alagoas de uma Orquídea da espécie Aspasia variegata Lindl. (Orchidaceae) foi feito por pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) em parceria com um pesquisador da Federação dos Estabelecimentos de Ensino Superior em Novo Hamburgo (Feevale).
O estudante José Isnaldo dos Santos Silva, do curso de Ciências Biológicas da Unidade de Penedo, sob a orientação do professor Jairo Lizandro Schmitt, juntamente com Delio Endres Júnior (Feevale) e Iranides Santos Melo Neto, identificaram duas populações desta orquídea na cidade de São Sebastião, no agreste alagoano.
“É um feito muito significativo, pois não havia registros anteriores da espécie para flora do estado, apesar de sua presença em outras partes do Brasil”, destacou José Isnaldo.
Os pesquisadores comemoram a descoberta, que foi publicada no periódico Brazilian Journal of Biology, destacando que “os habitats em que A. variegata foi encontrada são características de floresta secundária desprotegida, onde a recolha ilegal de madeira e outros recursos ocorre, bem como uso para pecuária extensiva e agricultura”. Os autores ressaltam que o estudo não apenas registra a espécie, mas também investiga suas implicações ambientais e estratégias de conservação.
“As amostras coletadas foram depositadas nos herbários do Campus Arapiraca da Ufal e do Instituto do Meio Ambiente (IMA) em Maceió, sob os números ARA000090 e MAC70259”, informa José Isnaldo.
Os pesquisadores informam que essa pesquisa é crucial para a compreensão da biodiversidade local.
“Isso é fundamental para o desenvolvimento de estratégias eficazes de conservação, especialmente considerando as ameaças que essa orquídea enfrenta devido à degradação ambiental e à exploração comercial”, ressaltam.
“Recomendamos que seja dada atenção especial a este ecótipo de A. variegata, nativo de Alagoas e adaptado às condições da Mata Atlântica, para que suas populações naturais possam ser submetidas a estratégias de conservação no local. As sementes dessas populações devem ser coletadas e propagadas por meio de técnicas in vitro, visando à sua conservação e à translocação de indivíduos para áreas protegidas”, concluem os pesquisadores no artigo publicado na revista científica.