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Filé alagoano e celebração à cultura popular

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A artesã e microempreendedora Adriana Gomes borda o Filé desde a infância. Moradora do Pontal da Barra (Maceió, AL), região conhecida por sua tradição artesanal e vocação turística, ela encontrou nas capacitações oferecidas pelo Sebrae Alagoas uma oportunidade de transformação. Foi a partir desse contato que sua relação com o bordado mudou: o que antes era feito e vendido de maneira tradicional, passou a ser encarado com um olhar voltado para a inovação e o valor agregado.

“Comecei a enxergar o Filé de outra forma depois de participar de algumas consultorias do Sebrae. Percebi o potencial do ponto para compor peças de alta costura, e passei a vestir pessoas com influencia na cidade e fora ela, como a primeira-dama de Maceió, Maria Cândia. Isso mudou a realidade de muitas bordadeiras aqui do Pontal”, conta a empreendedora, com orgulho.

Com origem nas comunidades pesqueiras da Lagoa Mundaú, o Filé — uma das maiores expressões do fazer manual brasileiro — é tombado como Patrimônio Cultural Imaterial do estado e, nos últimos anos, vem ganhando projeção nacional e internacional, desfilando em passarelas e estampando vitrines de marcas conscientes.

As capacitações promovidas pelo Sebrae Alagoas ao longo do ano têm se consolidado como um verdadeiro prelúdio da moda regional. Mais do que preparar empreendedoras para o pico das vendas, esses treinamentos fortalecem a identidade das marcas locais, ampliam o conhecimento técnico e posicionam o feito à mão alagoano como referência tendência.

O reflexo disso se vê em eventos de projeção nacional, como o Minas Trend, onde, com o apoio do Sebrae AL, artesãs do estado têm alcançado resultados expressivos, esgotando estoques já no primeiro dia da feira e garantindo encomendas futuras.

“Moda também é conteúdo técnico. É preciso estudar, pesquisar, entender de branding, de estilo, de composição. A capacitação que promovemos recentemente no Alagoas Summit fez a diferença porque tratou justamente disso: ajudou empreendedoras a comunicarem o propósito de suas marcas e entenderem como se destacar, não apenas vendendo, mas contando uma história com o que produzem”, destaca Carolina Ávila, analista do Sebrae Alagoas.

Em 2024, empreendedoras do ramo da moda, atendidas pelo Sebrae registraram um aumento médio de 29% no faturamento em comparação com o ano anterior — um dado que evidencia o impacto direto da qualificação profissional aliada à valorização da cultura popular. É o conhecimento técnico impulsionando a moda como vetor de desenvolvimento econômico e expressão cultural.

“São peças ricas, obras de arte. A gente precisa se apropriar disso, valorizar o que é nosso. Cada bordado carrega uma história, uma memória, uma identidade. Ao usar uma peça feita à mão, a gente conserva e exibe com orgulho a nossa cultura”, afirma Marina Gatto, analista do Sebrae Alagoas.

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