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Professor da Ufal realiza capacitação sobre peixe-leão em Fernando de Noronha

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Animais foram capturados durante atividade prática; orientações também foram dadas na escola e para profissionais da saúde

Profissionais de mergulho e da saúde que atuam na Ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco, receberam orientações sobre a bioinvasão do peixe-leão, durante um evento realizado neste mês de agosto. O professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), biólogo Claudio Sampaio, foi responsável pela capacitação dos profissionais que podem ser importantes aliados contra essa ameaça marinha.

Cláudio Sampaio, o Biua, é professor dos cursos de graduação em Engenharia de Pesca e Licenciatura em Ciências Biológicas da Ufal na Unidade Penedo e do Programa de pós-graduação em Diversidade Biológica e Conservação nos Trópicos (PPG Dibict). Ele participa de diversas ações para reduzir impactos e implementar manejo da espécie invasora.

Em Fernando de Noronha, o evento foi organizado pelo ICMBIo, com apoio da Ufal, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), do Projeto Conservação Recifal, Administração de Fernando de Noronha, Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Associação Noronhense das Empresas de Mergulho Autônomo (Anema), operadora de mergulho Sea Paradise e restaurante Mirante do Boldró, todos parceiros em ações de pesquisa e extensão voltados ao manejo do peixe-leão na ilha.

Cerca de 20 instrutores de mergulho foram capacitados com aulas teóricas e práticas. Durante um mergulho, com apoio das operadoras de turismo para realização das atividades práticas, sete peixes-leão foram capturados e encaminhados para estudos na Ufal.

Informações disseminadas

Durante a Semana do Peixe-leão, o professor Buia também compartilhou orientações no hospital São Lucas. O público-alvo foi formado por médicos, enfermeiros e uma equipe da Samu, que recebeu informações importantes sobre os acidentes que podem ocorrer. Os participantes discutiram a criação de um protocolo padrão para tratamento das possíveis vítimas.

Já na Escola Estadual de Fernando de Noronha, 120 crianças e adolescentes, além de professores, participaram de palestras sobre as ameaçadas da bioinvasão do peixe-leão na ilha. Como o animal é peçonhento, pode causar graves acidentes com seus espinhos.

O Parque Nacional Marinho e Área de Proteção Ambiental de Fernando de Noronha está entre as dezenas de outras áreas marinhas protegidas no litoral brasileiro que foram invadidas pelo peixe-leão. Em Alagoas, o Projeto Ecológico de Longa Duração Costa dos Corais Alagoas (Peld CCAL) desenvolvido pela Ufal com apoio da gestão da APA Costa dos Corais, Cepene, Projeto Meros do Brasil, Projeto Conservação Recifal e pescadores realizam frequentes trabalhos de proteção no local.

Conhecimentos aprofundados

A Ufal participa de uma rede de pesquisadores e instituições dedicadas a avaliar a invasão do peixe-leão no Brasil, com destaque aos estudos da idade e crescimento, desenvolvidos pela professora Nidia Fabré (ICBS); pesquisas sobre os parasitas, coordenado pela professora Vanessa Kozlowiski (Ceca); estudos dos metais, desenvolvido por Marcos Vinicius (Codevasf); reprodução do peixe, com o Matheus Freitas (Projeto Meros do Brasil); análises de densidade do animal, com apoio de Pedro Pereira (Projeto Conservação Recifal); microbiologia e beneficiamento, orientados pelas professoras Ana Paula Portela e Juliet Xavier (Ufal Penedo); e as pesquisas sobre dieta da espécie, também conduzido pelo professor Buia.

Os estudos estão associados a dissertações de mestrado pelo PPG Dibict e conta com o apoio de pesquisadores da Universidade Federal do Ceará, por meio do Labomar, Codevasf, ICMBio, Projeto Meros do Brasil, UFRN e Projeto Conservação Recifal.

“A rede de pesquisadores e parceiros está em franco crescimento com a inclusão de novas linhas de pesquisas voltadas ao peixe-leão, demonstrando a dedicação das universidades e gestores públicos que mesmo sem recursos financeiros estão respondendo às demandas da sociedade, em especial na busca do manejo e redução dos prejuízos nas atividades de pesca e turismo”, destacou o professor Cláudio Sampaio. 

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