A banda alagoana Eek anunciou seu retorno aos palcos no último dia 04/07, em seu perfil no Instagram: @eekbanda. A reestreia já vem com agenda de apresentações, iniciando no lendário Babasom, muito conhecido na cena alternativa de Maceió, em uma data simbólica – 12/07, véspera do Dia Internacional do Rock. Formada por Christophe Lima (bateria), Diogo Braz (vocal e guitarra), João Carlos Omena (baixo) e Wagner Sampaio (vocal e guitarra), o grupo tem um trabalho autoral de rock com dois CDs gravados. O Diogo fala sobre essa retomada musical. Veja a entrevista abaixo para conhecer mais a história da banda, discografia, projetos e expectativas para esse novo momento do grupo. Boa leitura!
Como surgiu a banda?
Eek surgiu por volta de 2003. Eu e o Christophe (baterista) havíamos tocado juntos numa banda chamada Sr. Miagy. A gente se conheceu por ocasião dessa banda: uma amiga em comum me passou o telefone dele, falando que ele estava procurando um guitarrista. Eu liguei, ficamos amigos, tocamos juntos em alguns projetos e uns seis anos depois a gente estava formando a Eek. Até mais ou menos 2009, tivemos várias formações, nossa história parece mais uma série do George R. R. Martin, são muitos personagens… conseguimos nos estabilizar mais como grupo quando o Wagner (guitarra) se juntou à banda, mas aí foi a vez do João Carlos (baixo) ir morar em Pelotas e deixar a banda. No lugar dele, entrou o Leo Tarja-preta, que esteve com a gente por alguns bons anos, até largar a música em 2019, quando o João Carlos voltou, tanto pra Maceió quanto pra banda. E quando você pensa que tudo se encaixou, surge o plot twist: agora quem está morando em outro estado é o Wagner, em São Paulo. Mas a gente decidiu, em comum acordo, que ele continua na banda e se apresenta com a gente quando estiver aqui pela cidade; quando ele não estiver, a gente passa a ser um trio. Com certeza, é um detalhe importante, é quase como se fossemos duas bandas em uma, então já fica um aviso pro público: um show da Eek pode ser completamente diferente do outro e ainda sermos a mesma banda.
Quais as inspirações de vocês?
As nossas inspirações são diversas, cada um traz o seu próprio acento pra banda, das próprias vivências e preferências musicais, de estilos. No geral, de forma simples, acho que João é mais influenciado por música dos anos 60/70, viagens de fusca; o Wagner por Christopher Nolan, Pink Floyd e Blues; Christophe por música romântica, Star Wars e surf; e eu pelo grunge dos anos 90 e tutoriais do YouTube.
Em que momento decidiram pausar e quando vocês acharam que era a hora de voltar aos palcos?
A nossa primeira pausa foi no início de 2013. O Christophe estava precisando de um tempo para se dedicar a alguns projetos pessoais, fora da música. Até então, a banda demandava um tempo semanal de ensaio, uma certa energia; a gente tocava com mais frequência, estávamos conseguindo algumas apresentações fora do estado, então ele pediu essas férias, a gente entendeu que tudo bem, mas essa pausa acabou durando bem mais do que esperávamos. Algum tempo depois, o Wagner foi morar em São Paulo, o Leo parou de tocar (depois o João voltou pra banda no lugar do Leo), e tudo isso acabou dificultando a volta dessa rotina mais continuada de ensaios, shows e tudo que envolve uma carreira musical, por mais local ou amadora que seja. Mas a banda nunca acabou. Desde lá, a gente vem se reunindo pra fazer algum show: uns com o Wagner e outros sem ele. No final de 2019, a gente ensaiou uma volta mais continuada, mas daí veio a pandemia em 2020 e a gente teve de adiar os nossos planos. A decisão de voltar agora teve a ver mais com a saudade de tocarmos juntos as nossas músicas, sem criarmos planos ou alimentarmos as expectativas de continuarmos uma carreira sólida. A gente sentiu falta da Eek: foi isso. Uma semana antes do João trazer o assunto de voltarmos a ensaiar eu havia encontrado o Guilherme di França, da banda Palhaço Paranoide (ótima banda contemporânea da Eek) e a gente conversou rapidamente sobre as nossas bandas estarem paradas, sobre como a vida está corrida e como era bom fazer um som. Aquilo, pra mim, parece ter reativado a banda na minha memória afetiva e, quando o João falou sobre retomar a banda, tudo fez muito sentido. Ter uma banda parece ser basicamente sobre ter um veículo para religar, conectar, primeiramente com a música, com os amigos e com a gente mesmo.
Fala um pouco sobre a discografia da banda.
Nosso primeiro disco é o “Fantasia de equilibrista” (2010), produzido pelo Emmanuel Sapulha Miranda. Ele foi selecionado por um edital de produção de CDs do estado naquele ano, o que nos deixou bem feliz. O segundo disco é o “Ao vivo no Teatro Deodoro” (2021), gravado e mixado por Márcio Brebal, durante a nossa participação no projeto Teatro Deodoro é o Maior Barato de 2012. Esses dois discos estão disponíveis nas principais plataformas de streaming. Também gravamos uma participação no disco “Pelos trópicos”, da cantora paulista Andreia Dias.
Quais os projetos e expectativa nessa retomada?
Na verdade, sendo bem sincero, a gente não voltou com nenhum planejamento, porque acho que a gente já alcançou a meta, que era a de fazer música juntos e poder tocar pras pessoas, tudo o que pode vir disso já terá valido a pena. E, apesar de parecer lenda, a gente tem um segundo disco de estúdio perdido num HD do Sapulha, nosso amigo e produtor musical. Acho que o nosso único projeto mesmo é um dia lançar essas músicas. No mais, a expectativa é nos divertirmos tocando nossas músicas para as pessoas que tenham interesse em escutá-las.
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Imagens: ¹ reprodução Instagram, ² Saulo Guimarães, ³ Dandara de Araújo.