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Início Especial Peró de Andrade: Sua Majestade, o Circo
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Uma artista com o dom e a missão de educar, formar cidadãos, por meio da cultura. O circo é o universo encantado, mágico e repleto de potencialidades percorrido por Peró de Andrade para promover a cidadania e transformar vidas. Com o projeto Sua Majestade O Circo, fundado há 25  anos, ela já atendeu a milhares de crianças de comunidades carentes, propagando a arte circense em aulas que envolvem não só as técnicas das performances, como também lições para toda a vida. Mas a história de Peró no circo começou bem antes.

“Meu início no circo foi em 1991, quando estreou o Grande Circo Popular do Brasil, do ator Marcos Frota, que estava em Recife e veio para Maceió. Aqui, na universidade (Ufal), tinha o professor e diretor de teatro Luis Maurício Brito Cavalheira, foi professor do Marcos Frota há muitos anos, eles tinham trabalhado juntos no Mamulengo Sorriso, em Olinda. Lula (o professor) me convidou para ir até o circo para ver a produção, eu fui a Recife conhecer o circo, vi o espetáculo e voltei. Uns 20 dias depois, mais ou menos, toca a campainha do apartamento onde eu morava. Aí eu disse: oxente, como liberaram e não sei quem tá tocando? O porteiro disse: é o irmão da senhora. Quando eu abri, eram Marcos, Ulisses Cruz e o Lula, que morava comigo e o porteiro achava que era meu irmão. Foi aquela festa, aquela emoção por receber Ulisses Cruz, que na época estava no auge, na Alemanha e na Inglaterra com espetáculo. Eu fiquei muito emocionada porque eu vinha do teatro e estava com o Ulisses Cruz, que na minha opinião era o top, me convidando para fazer uma produção do novo espetáculo que ele ia dirigir do Grande Circo Popular do Brasil, que hoje é Marcos Frota Circo Show, eu aceitei e fui para passar 15 dias, fiquei 30 anos (risos)”, conta Peró com muito entusiasmo e alegria.

Senhoras e senhores, com vocês: Sua Majestade O Circo!

Quando Peró estava em Imperatriz, no Maranhão, veio mais um convite especial. O Cirque du Soleil iria apresentar seu projeto social no Brasil. Ela ficou encantada com um novo lindo mundo: o Circo Social. Após acompanhar as atividades e participar desse trabalho na produção, Peró resolveu que ia fundar seu próprio projeto social de circo em Maceió.

“Em 1999, eu resolvi que ia sair do circo e ia fundar um projeto social em Maceió porque o Soleil tinha feito uma parceria comigo, se eu fizesse esse trabalho aqui, seria mantido por eles. Eu aceitei, vim para Maceió, comecei no Jacintinho, do Jacintinho eu fui para a Cruz Vermelha, que estava recebendo os meninos da Vila Emater, lá no lixão (na época), eu topei. Eu trouxe os meninos, a kombe ia buscar as crianças do Jacintinho, no Peixoto, e levava para a Cruz Vermelha, onde muitos deles já eram multiplicadores sociais. Na Cruz Vermelha, começou o trabalho com os meninos da Vila Emater, mas quando a turma completava 15 anos, tinha que sair. Eu achei aquilo um absurdo e o Nô Pedrosa disse: você não é nenhuma madame, vamos ao lixão arrumar um espaço e a gente forma o projeto lá, você não depende da prefeitura. E assim nós fizemos, subimos o morro, naquela época não tinha o acesso pelo São Jorge, era pela antiga Emater, e fomos muito bem recebidos”, lembra Peró.

Peró iniciou seu trabalho social sem muita estrutura, mas a vontade de fazer a diferença no mundo venceu as dificuldades. Na primeira sede do Projeto Sua Majestade O Circo, a casa não tinha porta e muitos materiais utilizados nas aulas foram reaproveitados do lixão. Das habilidades circenses desenvolvidas nas oficinas, surgiram apresentações. Uma delas foi a Quadrilha de Perna-de-pau, que se tornou o tema de uma reportagem no Jornal da Educativa, da TV Educativa, na época, apresentado pelo saudoso jornalista Miguel Torres. Acompanhe no vídeo:

Até hoje, o projeto Sua Majestade O Circo mantém suas atividades. Peró dá continuidade ao trabalho social com o brilho nos olhos e o sorriso de quem acredita na potencialidade da arte como uma ferramenta de promoção da cidadania, de construção de um mundo mais digno, feliz e justo.

“O projeto hoje existe não na proporção de antes porque não tenho condições físicas e ninguém quis assumir, mas eu continuo fazendo, tanto que agora fui selecionada na Lei Paulo Gustavo, estou dando oficinas para 60 crianças da Vila Emater, e também sou voluntária na Grota do Rafael, onde temos 22 crianças e eu trabalho com circo lá. Mas, assim, na proporção de antes, que eram 200 e tantos meninos, eu não tenho mais essa condição física para segurar a onda, infelizmente, mas está tudo certo, continuo fazendo um pouquinho do que eu posso”, revela Peró.

Sua Majestade O Circo: o despertar de grandes artistas e cidadãos

Dos milhares de alunos de Peró ao longo desses 25 anos de Sua Majestade O Circo, muitos seguiram carreira nas artes e alguns ainda mantém contato com a professora-artista que ajudou a despertar a paixão pelo universo circense. Muitos enveredaram para outras atividades, mas tiveram uma nova perspectiva com o circo em suas vidas.

“No projeto de Marcos, que começou conosco, uma criação do Lula, a Univerdade do Circo, nós atendemos uns três, quatro mil alunos. No Brasil inteiro, onde a gente chegava, fazia oficinas. No Sua Majestade O Circo, uma média de duas mil crianças foram e são atendidas até hoje, tem uns que o cordão umbilical ainda não cortou, eles fazem outras coisas, mas o feeddback sempre existe. Tem uma turma em Recife, da Escola Pernambucana de Circo. É um número que a gente não sabe, mas tem muita gente fora. No mês passado, eu recebi aqui o Wellington Lima, que trabalhou comigo, era de projeto social em Recife, foi dar aula de cama elástica, fazia ginástica olímpica, conseguiu ir para o circo ficar com a gente. Ele foi para o Rio de Janeiro, acolhemos ele e, de lá, foi para o Soleil, onde já tem 26 anos, é considerado o melhor trampolim-acrobata do mundo. Tem muita gente espalhada pelo mundo, em circos itinerantes, rodando”, diz Peró.

Muitos desses alunos seguiram carreira em outras áreas, mas tem o circo como uma grande referência de vida e de humanidade.

“Não só no circo, tem muita gente formada na Vila Emater, que fez curso de enfermagem, muitos estão trabalhando em outros lugares, mas que até hoje a gente tem esse feedback, só de ter uma vida digna e mudar a perspectiva, isso para mim já é tudo. Não só os que seguiram a carreira no circo porque não é fácil seguir a carreira circense. Têm muitos meninos na Europa e os que estão no Brasil, às vezes, ficam me pedindo para ajudar a entrar no circo, não é fácil, é bem difícil e complicado, mas eu fico feliz por serem pessoas de bem. Claro, alguns se desviaram no processo da droga, mas o número é mínimo, se você vir a quantidade da ascensão, você se emociona e se encanta. O melhor tesouro para mim é vê-los de bem com a vida”, complementa Peró.

A magia do circo encanta e transforma vidas

Muito além de uma artista e professora, Peró é uma inspiração, serve de exemplo como um grande ser humano. Digna da admiração e do afeto de seus aprendizes, Peró se tornou uma mãezona para muita gente que passou pelo projeto Sua Majestade O Circo.

A Fabiana é uma das alunas que levou a amizade por toda a vida e estreitou mais os laços. De professora, Peró virou uma grande amiga e até madrinha da filha dela.

“Eu fazia parte da Cruz Vermelha quando conheci a Peró. Eu tinha uns 13 anos e, hoje, estou com 38 anos, ou seja, já faz mais de 25 anos que ela faz parte da minha vida. A importância do trabalho dela é levar a arte até as pessoas que não têm oportunidade de conhecê-la. Ela me ensinou a ser uma cidadã do bem, uma mulher independente, uma boa mãe e, acima de tudo, a respeitar o próximo, não ter vergonha de onde viemos e lutar pelos nossos direitos. Além de ser minha segunda mãe, ela é madrinha da minha filha. Sou só gratidão pela vida dela”, informa Fabiana de Almeida, zeladora.

Os relatos dos eternos alunos de Peró são unânimes em destacar a enorme contribuição da artista e educadora na formação humana e social nas aulas do projeto Sua Majestade O Circo.

“Falar de Peró não é tão fácil, principalmente da importância dela em nossas vidas. Quando a gente começou o projeto, pensou ‘ah, é só aprender a fazer malabares, acrobacia’, mas não é somente isso não. A gente aprendeu isso e também a respeitar o próximo, a ter educação porque éramos adolescentes rebeldes. Peró não teve importância só naquela época, ela tem até hoje. Por mais que a gente não esteja hoje do projeto, ela se tornou parte da família e para a vida toda, é uma pessoa que a gente não consegue viver sem ela, tem que falar com ela, tem que ver, sentir a presença dela. Além de ensinar a parte circense, ela passou para a gente também a parte da responsabilidade, de cumprir com horário, de fazer tudo correto, não jogar lixo na rua… A Peró é um ser humano incrível. Quando a gente lembra o que passou no projeto, das apresentações, foi tudo muito bom”, acrescenta Grace Ribas, enfermeira e eterna aluna da Peró.

Alguns alunos seguiram o caminho da mestra e se tornaram educadores. O Alan hoje atua como multiplicador do conhecimento adquirido e têm a honra de trabalhar lado a lado com a Peró. 

“Conheci a Peró através de uns amigos que eram alunos dela e me convidaram para participar da aula. Foi há mais de vinte anos. A Peró desenvolveu um trabalho fantástico, tendo o circo como carro-chefe. Além de me tornar o cidadão que sou hoje, com princípios, valores e mais ético, passei a atuar como multiplicador. Eu trabalho em um hotel como recreador e, na minha folga, dou aula de circo na Grota do Rafael com a supervisão da Peró. O multiplicador que sou hoje devo agradecer à ela”, conclui Alan da Silva Santos.

Peró inspira arte

Wellington Lima ou Palhaçada, como muitos o conhecem, é um artista de circo de renome mundial com mais de 25 anos de experiência no Cirque du Soleil. O artista foi o vencedor do primeiro Prêmio de Voz dos Membros do CircusTalk, realizado pelo o CircusTalk e o Ring. O Members’ Voice Award reconhece um artista circense cujo trabalho demonstra expressão corajosa, relevância social, perspicácia artística e técnica. De um impressionante grupo de 25 artistas incríveis e multitalentosos indicados pela comunidade CircusTalk, o icônico acrobata do Cirque du Soleil e professor Wellington Lima foi o escolhido para receber a premiação. Ele é o brasileiro mais antigo em atividade no Cirque du Soleil e, atualmente, está em turnê com o espetáculo OVO, nos Estados Unidos. Amigo e admirador de Peró, Wellington conversou com o Desembarque AL sobre a relação com a educadora social e artista circense alagoana, Peró de Andrade.

“Minha relação com a Peró é de puro respeito, inspiração e admiração. Conheci a Peró em 1996, enquanto trabalhava no projeto social na Escola Pernambucana de Circo. Ela trabalhava em uma outra instituição com a Madre Escobar. Em 1997, trabalhei com o Marcos Frota, no Grande Circo Popular do Brasil. Minha atuação por lá foi só de alguns meses. Depois disso, em 1998, comecei a atuar com Cirque du Soleil. Tinha perdido o contato alguns anos, até que houve um dos espetáculos em Recife, se eu não me engano o Quidam, e, no dia da pré-estreia, tive a oportunidade reencontrá-la. Um ano mais tarde, havia um espetáculo em Recife, fiquei sabendo pelo Orkut que ela estava e foi um dia muito especial. Desde então, sempre que é possível retornar ao Brasil, faço questão de visitá-la, receber o carinho e o respeito múltiplo que temos um pelo outro”, completa o artista, que também visita outro amigo em sempre que vem a Maceió, o professor Gilvan Ciríaco.

Para Wellington, Peró é uma pedra preciosa do circo.

“Ela é uma pessoa humilde com o coração de circo. É admirável ver a forma como ela usa a influência para fazer o bem para os menos privilegiados. Algumas vezes, tive a oportunidade de visitá-la no trabalho que ela fazia com as crianças numa comunidade, onde usavam alguns materiais recicláveis, inclusive ainda tem uma peça dessa na minha casa onde eu moro em Las Vegas. Vejo a Peró como alguém que de certa forma eu almejo ser ou me inspirar para ser. A Peró é uma pedra preciosa, não só para o circo, mas para todos nós que temos no coração a vontade de fazer o bem ao próximo”, finaliza o acrobata.

O circo nos dias de hoje

Apesar de toda trajetória de conquistas e do entusiasmo da Peró, fazer circo em Alagoas não é uma tarefa fácil, segundo ela.

“A arte circense é um pouco desprestigiada pelos governantes, principalmente, quando se fala em espaço, em montagem, não tem apoio, a polícia sempre acha que o circense é maloqueiro, é uma coisa que dói muito a alma, apesar de que Alagoas tem grandes cirsenses. Quando eu conheci o Café, em São Paulo, fiquei impressionada com o número de alagoanos famosos que têm no mundo inteiro pelo circo. Mas, aqui mesmo, o circo para montar, ou é grande porte, aí tem todo o aparato, mas quando é de pequeno porte, da periferia, eles têm um sofrimento muito forte, é uma coisa que até hoje não mudou na realidade. A gente fica atrás batalhando por melhorias, mas não consegue por conta da burocracia. É muito diferente de Pernambuco, da Paraíba. Quando você vai a Recife, tem grupo de apoio ao circo, tanto na prefeitura, quanto no Governo do Estado. Aqui é bem complicado e difícil para o circense sobreviver. Infelizmente, a gente tem que falar isso. Hoje em dia, têm as trupes circenses independentes de famílias de circo, circos itinerantes, famílias tradicionais de circo, circo social e as trupes circenses. Aqui em Maceió, têm professores na Ufal, como o Pícole e o Gianini, que são de São Paulo, e fazem um trabalho lindo de circo com os alunos, tenho muito contato com eles. A coisa muda de um lado, mas se você for escutar uma família circense, dói a alma, porque não está sendo fácil e, depois da pandemia, ficou pior ainda”, afirma Peró.

Respeitável público, o espetáculo vai continuar!

Desistir por causa das dificuldades não é uma opção para a Peró, pelo contrário, serve de estímulo para ela continuar seguindo em frente, tentando vencer as adversidades e as injustiças sociais. Aos 71 anos, Peró se mantém em plena atividade com uma agenda repleta de ações artísticas e sociais. Atualmente, ela se dedica às aulas no projeto Sua Majestade O Circo com alunos do CEMEI Hebert de Souza, em Jacarecica, e na Grota do Rafael, no Jacintinho.

“Fico feliz em poder ainda contribuir para uma sociedade mais justa e mais humana, por meio da arte circense, fala Peró.

Paralelo ao trabalho social, Peró está fazendo a direção do espetáculo Mulher da Capa Preta, da Associação Enlevo – Circo Alteza, de alunos da Universidade Federal de Alagoas.

“Tem sido um aprendizado trabalhar com os jovens da universidade. Você pensa que vai ensinar e aprende. Tem sido bem legal”, complementa Peró.

O ator e pesquisador em circo, integrante da Associação Enlevo – Circo Alteza, Luís Vale, fala como tem sido a experiência de trabalhar com a Peró. Para o artista, ela é a grande dama do circo alagoano.

“A Peró é uma pessoa que tem uma grande experiência com circo social e itinerante. Tem um olhar muito elaborado, muito treinado para o desenvolvimento de talentos. Ela consegue pensar no artista a partir de suas potencialidades. É uma verdadeira mestra, fico muito feliz de ter a oportunidade de trabalhar com a Peró porque ela é a grande dama do circo alagoano. Então, a gente está tendo a oportunidade de trabalhar com uma das grandes referências de circo no estado, estando em sala de aula, ela pensando no processo, em cada detalhe, desde o figurino, até a dramaturgia, a cena, é muito enriquecedor. Ela tem muito a contribuir, desenvolver ainda, através do seu talento, é uma pessoa muito aberta, muito humilde, que está sempre pronta a dialogar, pensar, ouvir o outro, uma pessoa extraordinária, é uma honra trabalhar com ela”, relata.

Com estreia marcada para 29 e 30 de outubro, no Teatro Jofre Soares, no Sesc Centro, com áudio descrição e libras, o espetáculo Mulher da Capa Preta, selecionado na Lei Paulo Gustavo, busca trazer essa personagem da cultura popular de Alagoas de maneira lúdica com as diversas expressões da arte circense. De acordo com Luís Vale, a ideia é tirar essa lenda da cultura maceioense do lugar sombrio e levar para o universo circense, trazendo a mulher como protagonista da história com temas como empoderamento feminino e cultura preta. Para o artista e pesquisador circense, a escolha da Peró para a direção foi muito fácil.

“A escolha foi muito fácil, pela experiência dela, a gente escuta muito falar da Peró, é uma pessoa muito citada nos debates de arte na cidade. Eu sou pesquisador na área do circo itinerante, já venho fazendo esse estudo, então, ela é um objeto de pesquisa. Estar trabalhando com ela, ter um prêmio aprovado e poder estar em laboratório criando, ela era a pessoa ideal para estar conosco dirigindo esse espetáculo. O circo é uma fábrica de arte, você fica dia após dia no processo de produção, de aprimoramento, ela tem essa experiência. Para nós, é uma honra. A gente acredita muito que o espetáculo vai ser um marco na cultura alagoana, neste momento em que o circo se desenvolve no estado por meio das leis, que proporcionam ao artista dedica sua vida à arte, declara.

A ideia é também circular com o espetáculo Mulher da Capa Preta por cidades brasileiras. O grupo já tem apresentação confirmada no Festival de Circo, em Teresina, Piauí, em dezembro. Mesmo em meio à uma agenda intensa, Peró planeja novos projetos e trabalha na montagem de um novo espetáculo com crianças da Vila Emater, chamado Superação.

“Os projetos são muitos, mas primeiro tenho que dar conta das oficinas de circo, da direção e do espetáculo Superação, que vamos montar ainda esse ano”, completa.

Acompanhe o trabalho da Peró nas redes sociais:


Imagens: ¹ Arquivo Peró, ² reprodução Instagram Peró, ³ Marco Antonio, ⁴ Arquivo pessoal, ⁵ stagelync.com, ⁶Arquivo pessoal, ⁷ Associação Teatral Joana Gajuru.

Sobre o autor
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Hannah Copertino

Jornalista, pós-graduada em assessoria de comunicação e marketing, possui experiências em telejornalismo e assessoria de comunicação. Eterna apaixonada pela natureza, arte e cultura, é alagoana de Maceió e uma das fundadoras do Desembarque Alagoas.
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